sexta-feira, 31 de agosto de 2012

Lua Azul

Vamos falar de alquimia? Você já tentou observar a natureza, as coisas que estão à nossa volta? Observe... mas faça isso com um outro olhar... o sentir.
Em uma tarde qualquer observe uma árvore, uma planta, um jardim... tente perceber a conexão que os vegetais tem com o sol, por exemplo. Quando sentir o vento, uma brisa... feche os olhos... deixe uma outra sensação tocar você. Inspire respire e observe melhor o mundo, como algumas coisas são "mágicas".
Creio que quando éramos crianças tínhamos um outro jeito de olhar o mundo... com toda uma curiosidade, afinal, era como se olhássemos tudo pela primeira vez. Então, crescemos e nos acostumamos com as coisas, com olhar. Paramos de valorizar o que está a nossa volta.
Quantas vezes nós vimos um por-do-sol? Muitas, não é? Mas quantas nós paramos para aplaudi-lo, reverenciá-lo ou simplesmente agradecer? 
Ah, é algo tão comum não é mesmo? Até que um dia algo acontece em nossas vidas e  passamos a prestar atenção nessas simples coisas... ou não. 
Ás vezes é melhor buscar momentos de bem estar em outras coisas efêmeras. 
Mas na verdade temos todo um aparato de integração com nossas essências e é gratuito, está no ato de respirar por exemplo.
Mudemos e pratiquemos um outro jeito de olhar as coisas da vida.

Agora sobre a Lua Azul...

A Lua Azul acontece, em média:
• Uma vez a cada dois anos e sete meses;
• Sete vezes a cada dezenove anos; e 
• Trinta e seis vezes num século. 
• Isso se deve a que um mês terrestre tem em média 30,5 dias enquanto o mês lunar tem 29,5 dias. 

É chamada de Lua Azul, por ser a 2ª Lua Cheia dentro do mesmo mês. É um momento fantástico para trabalhar o eu interior, a religiosidade, a intuição e potencializar os poderes psíquicos. 

Favorece ainda a prosperidade e a abundância como um todo. A Lua exerce incrível influência sobre nós uma vez que nosso corpo é constituído 70% de água e, essa influência atua no corpo emocional.

Você vai encontrar vário tipos de rituais pela internet... aqui vamos tratar só do básico. Algo para leigos. Assim como eu, rss...

Os rituais devem começar às 20hs, mas caso não seja possível optem por outro horário.
Usem roupas de cor azul.
Elevem seus braços para o alto, tentando captar a energia da lua, fechem os olhos e estejam descalços.
Se quiserem podem utilizar uma garrafa da cor azul e a deixem-a com água, sob a luz do luar.
Ascendam  uma vela azul (ou branca se não tiverem)e ao lado coloquem uma maçã ou quantas preferirem (de preferência número ímpar). Essas maçãs devem ser oferecidas aos seres elementais, as fadas. Depois vocês podem come-las ou oferecer à outras pessoas.

O mais importante: A oração.
Antes de qualquer oração lembrem-se sempre que há uma força suprema no universo... Deus ( há outro nomes também)! É à ele que devemos clamar primeiramente.
A oração é algo muito poderoso, então converse com a lua. Conte a ela o que você realmente precisa, peça com vontade e fé... mas tenha muita certeza do que você está pedindo, é um momento muito poderoso!
Aconselho a pedir prosperidade, amor e proteção!

Ao final... agradeçam. 
E que a lua azul traga muita luz à todos!



quinta-feira, 30 de agosto de 2012

Mulheres

"Certo dia parei para observar as mulheres e só pude concluir uma coisa: elas não são humanas. São espiãs. Espiãs de Deus, disfarçadas entre nós.
Pare para refletir sobre o sexto-sentido.
Alguém duvida de que ele exista?
E como explicar que ela saiba exatamente qual mulher, entre as presentes, em uma reunião, seja aquela que dá em cima de você?
E quando ela antecipa que alguém tem algo contra você, que alguém está ficando doente ou que você quer terminar o relacionamento?
E quando ela diz que vai fazer frio e manda você levar um casaco? Rio de Janeiro, 40 graus, você vai pegar um avião pra São Paulo. Só meia-hora de vôo. Ela fala pra você levar um casaco, porque "vai fazer frio". Você não leva. O que acontece?
O avião fica preso no tráfego, em terra, por quase duas horas, depois que você já entrou, antes de decolar. O ar condicionado chega a pingar gelo de tanto frio que faz lá dentro!
"Leve um sapato extra na mala, querido.
Vai que você pisa numa poça..."
Se você não levar o "sapato extra", meu amigo, leve dinheiro extra para comprar outro. Pois o seu estará, sem dúvida, molhado...
O sexto-sentido não faz sentido!
É a comunicação direta com Deus!
Assim é muito fácil...
As mulheres são mães!
E preparam, literalmente, gente dentro de si.
Será que Deus confiaria tamanha responsabilidade a um reles mortal?
E não satisfeitas em ensinar a vida elas insistem em ensinar a vivê-la, de forma íntegra, oferecendo amor incondicional e disponibilidade integral.
Fala-se em "praga de mãe", "amor de mãe", "coração de mãe"...
Tudo isso é meio mágico...
Talvez Ele tenha instalado o dispositivo "coração de mãe" nos "anjos da guarda" de Seus filhos (que, aliás, foram criados à
Sua imagem e semelhança).
As mulheres choram. Ou vazam? Ou extravazam?
Homens também choram, mas é um choro diferente. As lágrimas das mulheres têm um não sei quê que não quer chorar, um não sei
quê de fragilidade, um não sei quê de amor, um não sei quê de tempero divino, que tem um efeito devastador sobre os homens...
É choro feminino. É choro de mulher...
Já viram como as mulheres conversam com os olhos?
Elas conseguem pedir uma à outra para mudar de assunto com apenas um olhar.
Elas fazem um comentário sarcástico com outro olhar.
E apontam uma terceira pessoa com outro olhar.
Quantos tipos de olhar existem?
Elas conhecem todos...
Parece que freqüentam escolas diferentes das que freqüentam os homens!
E é com um desses milhões de olhares que elas enfeitiçam os homens.

EN-FEI-TI-ÇAM !

E tem mais! No tocante às profissões, por que se concentram nas áreas de Humanas?
Para estudar os homens, é claro!
Embora algumas disfarcem e estudem Exatas...
Nem mesmo Freud se arriscou a adentrar nessa seara. Ele, que estudou, como poucos, o comportamento humano, disse que a mulher era "um continente obscuro".
Quer evidência maior do que essa?
Qualquer um que ama se aproxima de Deus.
E com as mulheres também é assim.
O amor as leva para perto dEle, já que Ele é o próprio amor. Por isso dizem "estar nas nuvens", quando apaixonadas.
É sabido que as mulheres confundem sexo e amor.
E isso seria uma falha, se não obrigasse os homens a uma atitude mais sensível e respeitosa com a própria vida.
Pena que eles nunca verão as mulheres-anjos que têm ao lado.
Com todo esse amor de mãe, esposa e amiga, elas ainda são mulheres a maior parte do tempo.
Mas elas são anjos depois do sexo-amor.
É nessa hora que elas se sentem o próprio amor encarnado e voltam a ser anjos.
E levitam.
Algumas até voam.
Mas os homens não sabem disso.
E nem poderiam.
Porque são tomados por um encantamento
que os faz dormir nessa hora."

(Luís Fernando Veríssimo)


quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Cartas

Hoje em dia não se escreve mais cartas, não é mesmo? Com essa modernidade toda as cartas escritas à mão foram substituídas por e-mails e tudo mais.
Pensando nisso, estou criando dentro do blog o "Projeto Cartas", onde estarei as publicando à determinadas pessoas.
É também uma forma de presenteá-las/homenageá-las... ou não. Pois, nem todas as pessoas saberão da existência delas.
É algo íntimo, onde tentarei transportar através das palavras vivências com essas pessoas comuns ou especiais.

Vamos à primeira:

"Carta para uma professora"

Foi na terceira série que eu entrava em uma nova escola. Por motivos particulares fiquei um determinado tempo sem estudar. Então, tudo estava um tanto diferente, uma sensação de frio na barriga.
Logo descobri que tinha quatro professoras. "Que legal!" - pensei. Pelo menos não iria enjoar tão fácil de uma delas.
Português, Matemática, Estudos Sociais, Ciencias e... Educação Artística! Era essa a grade.
E no meio dessa novidade, aconteceu uma greve... só uma das professoras ficou: a Claudia, de Educação Artística/Estudos Socias.
Como descreve-la? Uma mulher bonita, balzaquiana, não era magra nem acima do peso, os cabelos eram castanhos claro, lisos e iam até a metade das costas.
O que mais me chamava atenção era o jeito dela, um certo charme... e aqui já entrego que fui apaixonado por ela!! (rss)
Por alguns anos minha professora foi minha musa inspiradora. Típica paixão platônica de aluno-professor.
O mais interessante é que se hoje estou começando a "brincar" de escritor, devo muito disso à ela que me incentivou.
Quando tínhamos que fazer uma redação, ela chamava aquilo de "Produção de Texto" - fica diferente, não é? Ok, é a mesma coisa mais sai da mesmice de "Redação".
Anteriormente, eu ficava com preguiça quando tínhamos que fazer uma redação. Já conseguia ouvir as mesmas histórias sendo contadas por bocas diferentes. Mas quando ouvia/lia "Produção de Texto" aquilo me tirava um pouco do chão. Sentia que tinha que transpor da mesmice, mas o que me fazia voar era o incentivo da minha professora. Ela realmente lia nossos textos, comentava, corrigia etc. Guardava algumas vezes para si as melhores e sempre, sempre elogiava.
Uma vez ela me deu um livro, onde haviam figuras... acontecia uma história, mas não era contada. Haviam balões vazios para as personagens, ou seja, era para se criar uma história com suas próprias palavras.
Essa professora, nos ensinou que quando pintávamos uma árvore ela não necessariamente deveria ser marrom e verde, por exemplo. Poderia ser de qualquer cor! Porque isso era imaginação e estávamos ali para aprender... imaginar!
Posso ainda estar engatinhando nos caminhos da escrita, mas é importante lembrar onde tudo começou. O tamanho do papel de um professor, que pode estimular/descobrir talentos. Claro que também há o contrário.
Espero que todas as pessoas que lidem com crianças e adolescentes, sejam semeadores de SONHOS!
E que um dia eles se tornem -se realidade.

Obrigado à professora Claudia e todos os outros mestres que tive... e tenho! rs










segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Medo de Perder

Um dos maiores obstáculos para uma vida plena, harmônica, mais expressiva e significativa é o medo de perder, sobretudo o medo de perder alguém, medo de perder alguém que dizemos amar. O medo de perder a esposa, o esposo, os filhos, os amigos, o patrão, o empregado, o cliente. Esta emoção é a principal responsável pelo nosso sofrimento vital. 
Medo de perder é o medo de nos tornarmos dispensáveis para a pessoa com a qual nos relacionamos. Ele se reveste de incontáveis formas, aparece sob incontáveis disfarces: medo de sermos criticados por alguém, medo de que falem mal de nós, medo de que nos humilhem, medo de sermos abandonados, medo de sermos rejeitados, medo de não sermos importantes, medo de não sermos ilustres, medo de sermos menosprezados, medo de não sermos amados, medo da solidão... Tudo isto pode ser designado mais claramente por uma palavra: ciúme. 
O ciúme é o medo de não ter alguém, de não possuir alguém. Na relação ciumenta colocamos nós e o outro como objetos. Nesta relação, pessoa e objeto são a mesma coisa. No ciúme, temos medo de ser, algum dia, considerados inúteis, dispensáveis à outra pessoa. E esta é a emoção do sofrimento, a emoção do apego, a emoção da relação confusa, misturada e dependente. O que agrava é que, na nossa cultura, aprendemos o ciúme como sendo amor e o ciúme é justamente o contrário. O ciúme é o oposto do amor. Na relação amorosa existe identidade – eu sou independente de você. Na relação ciumenta e objetal, perde-se a identidade – eu sem você não valho nada, você é tudo para mim. 
O amor é solto e livre, vem de uma querência íntima, está diretamente ligado ao sentido de liberdade, de opção, de escolha. O ciúme prende, amarra, condiciona, determina esta emoção – eu já não sou eu, sou o que o outro quer que eu seja, para que ele também seja o que eu quero que ele seja. No ciúme há um pacto de destruição mutua em que cada qual usa o outro como garantia de que não estará sozinho. Eu me abandono para que o outro não me abandone, eu me desprezo para que o outro não me despreze, eu me desrespeito para que o outro não me desrespeite, eu me destruo para que o outro não me destrua. 
O ciúme é o medo de ser dispensável a alguém e, o mais grave talvez esteja aqui – nós passamos a vida inteira com medo de nos tornarmos para os outros, um dia, o que já somos: totalmente dispensáveis. O homem é, por definição, dispensável, transitório, efêmero, aquilo que passa. Em todas as relações que temos hoje, somos substituíveis. O mundo sempre existiu sem nós, está existindo conosco e continuará a existir sem nós. Nós somos necessários aqui e agora, mas seremos dispensáveis além e depois. O medo de ser dispensável a alguém é o mesmo medo da morte, que é real. O medo da morte é o ciúme da vida, é a vontade irreal, falsa de sermos eternos, permanentes e imutáveis, enquanto seres encarnados. O medo de perder nos leva a entender que as coisas só valem a pena se forem eternas, permanentes, duráveis. Uma relação só tem valor neste caso, se nós tivermos garantia de que sempre será assim com é, mas como tudo é transitório, mutável, passível de transformação, o medo de perder nos leva a estado contínuo de sofrimento. 
As consequências do ciúme são muito claras: se eu tenho medo de que me abandonem, de me tornar dispensável a alguém, de que não me amem, ao invés de fazer tudo para ser cada vez mais, para ser cada vez melhor, eu vou gastar toda a minha vida, todas as minhas energias, para provar aos outros que eu já sou mais, que eu já sou o melhor, que eu já sou o primeiro. Ao invés de empenhar esforços para ser, por exemplo, um chefe, um filho, um marido, uma esposa, um pai ou uma mãe, cada vez melhor, gasta-se as energias para provar ao subordinado, aos pais, à mulher, ao marido, aos filhos, aos amigos, ao empregado... que já se é o melhor do mundo, o que é mentira. 
O ciúme nos conduz a um delírio de onipotência. Os nossos atos, as nossas iniciativas, a nossa conversa, o nosso comportamento, as nossas considerações, nossas ações, tudo passa a ser para mostrar aos outros que já somos bons, fortes, capazes e perfeitos. E aí está a diferença básica, fundamental, entre o medo de perder e a vontade de ganhar. 
Medo de perder é assim: ganhamos, ninguém vai nos tomar, gastaremos todas as energias para defender o que nós já possuímos, para conservar o que já ganhamos. Nós já chegamos ao ponto máximo, só temos o perigo de perder. A vontade de ganhar, por outro lado, é assim: estamos sempre ativos, descobrindo as oportunidades de ganho, procurando ganhar cada vez mais, ao invés de nos preocuparmos com possíveis perdas. 
Aqui na terra, o que temos de mais sagrado é a nossa própria vida, a vida biológica. Esta nós já vamos perder. Todas as outras perdas são secundárias. 
O medo de perder é reativo, defensivo, justificativo – as pessoas ciumentas estão sempre com um pé atrás, outro na frente, sempre se prevenindo para não perder, sempre se preparando, sempre conservando. As pessoas com vontade de ganhar estão sempre ativas, sempre optando, arriscando. O medo de perder é a vivência antecipada do futuro, é a preocupação. A vontade de ganhar, por outro lado, á a vivência do presente, a vivência da beleza do presente. Em tudo, a cada momento, existem riscos e existem oportunidades. No medo de perda a pessoa só vê os riscos. Na vontade de ganhar, a pessoa vê os riscos, mas sobretudo vê também as oportunidades... Cada momento da vida é um desafio para o crescimento. 

sexta-feira, 24 de agosto de 2012

O olhar

Exercícios contínuos de aprendizado do olhar: 

- Olhar a vida como dom e presente a ser cultivado; como graça que precisa ser 

acolhida com responsabilidade e gratidão. 

-Olhar a morte com a serenidade de quem sabe porque vive. Aliás, só tem dificuldade de olhar a morte quem não aprendeu a saborear a vida. Jesus ensinou, em Bethânia: “Se creres, verás a glória de Deus” 

(João 11,40). 

- Olhar para si mesmo com paciência e generosidade. Às vezes é mais fácil ser generoso com os outros do que com a gente mesmo. Tem muita coisa que gostaríamos de mudar em nós que só depende de nós, mas que ainda não conseguimos. Paciência e perseverança. 

- Olhar para os outros sem as armas que costumamos trazer escondidas no coração, pelo preconceito, pela inveja, pelo medo, pelo ciúme. Olhar para os outros como convite para a nossa própria melhora. 


- Olhar para as coisas dando-lhes o devido lugar. Nada nem ninguém que esteja fora do coração humano é capaz de preenchê-lo. 
As coisas são instrumentais que nos ajudam, mas não podem ser absolutizadas. 


- Olhar com caridade para aqueles que nos machucam – caridade suficiente para compreendermos que, como nós, são pessoas limitadas, fracas, falhas, sujeitas aos dissabores da vida. 


- Olhar com gratidão para as pessoas que nos amam, procurando corresponder a elas. Saber-se amado é gota fundamental de cura, em qualquer tempo, para 
qualquer idade. 

- Olhar com humor: o humor é fundamental para o equilíbrio humano. Ele nos dá a graça de tomarmos distancia de nós mesmos e dos acontecimentos. Ele nos permite colocar todas as coisas em perspectiva e tirar o tom dramático dos acontecimentos.

O humor ajuda a ver a vida com olhos 
novos, com novos pontos de vista. 
O humor realça as incertezas de nossa vida, mostrando-nos que ela não é previsível. 
Viver é acolher cada dia, 
como novo – completa e absolutamente novo.O humor nos ajuda a perceber 
que as coisas são relativas. 
Quem é muito sério acaba se achando muito importante e por isso não gosta do humor, que poe em risco a máscara, a couraça, a casca que reveste o balão do orgulho prepotente. O humor ajuda a desinchar o balão, pois quebra a casca. 

Aprenda a Olhar” (Pe. Léo, SCJ) 
Do livro “Gotas de Cura Interior” 

quarta-feira, 22 de agosto de 2012

Sabotagem

Tem gente que tem medo de barata, avião, cachorro, solidão, rejeição, amar, rato etc.
Creio que o pior de todos esses medos é o medo de viver.
Ás vezes temos medo de vivenciar certas experiências, de nos arriscarmos.
Na maioria das situações isso tem haver com o outro. Parece que precisamos da "autorização" do outro para podermos ser quem verdadeiramente somos.
Vivemos numa sociedade baseada em modelos: "Seja, tenha, compre, use..." Já pararam para pensar que essas palavras nos são despejadas diariamente?
E se nós não estivermos em determinado grupo... Não pertencemos? Não pertencemos à essa mesma sociedade?
Quantas vezes já compramos coisas que nunca usamos ou precisamos?
O consumo parece que nos alivia, né? Por que aí temos e somos reconhecidos nos grupos, logo, pertencemos!
Mas e se não pertencermos? Seremos rejeitados?
Se formos analisar alguns crimes são motivados por isso... Exemplo: O adolescente pobre que não tem condições financeiras de comprar um smart-phone... Talvez ele nem precise de um, mas todo mundo tem, logo... isso cria nele a vontade: de ter, pertencer e logo ele será... Se sentirá parte do todo.
Não estou aqui justificando ou incentivando tais ações. Mas isso é comprovado.
Voltando aos nossos medos... Quantas vezes deixamos de fazer coisas porque outras pessoas não aprovam?
O medo nos leva a insegurança e freia nossa evolução. De tão inseguros e oprimidos  podemos passar a andar curvados, de cabeça baixa, apáticos... tristes. Por que? Porque estamos preocupadas com os outros, deixando de viver nossas vidas por conta de outras pessoas.
E a vida passa... o dia de ontem não volta mais.
Eu mesmo passei por uma experiência, onde deveria escolher entre o que eu realmente queria e o que os outros pensariam etc. Confesso que relutei... mas escolhi o que eu sentia, escolhi a minha verdade. Essa escolha teve um preço, mas não me arrependo (pelo contrário).
A vida é feita de ciclos e renovação. Tem horas que temos que ter um furacão dentro dela, para podermos ver do que realmente somos feitos. Testar nossas capacidades, crenças e valores. Uma revisão de tudo isso.
Sabem uma vida morna? Não precisamos disso. Precisamos mergulhar no lago da vital... Senti-lo!... mesmo que um pouco frio. Entender que para haver dias de sol, são preciso os dias chuvosos.
Enquanto ficarmos preocupados com os outros... eles estão vivendo!
Não podemos deixar nossas vida nas "mãos" alheias. Porque isso também gera a culpa... e logo estaremos culpando os outros também por nossas derrotas ou até mesmo deixando de saborear nossas conquistas, pois, estaremos nos sabotando.

Tudo isso é de nossa responsabilidade.
Assumamos nossas vidas!








domingo, 19 de agosto de 2012

O menino que tinha medo.


 Foram só coisas soltas – soltas e complicadas, e conectadas de alguma forma que eu sentia, mas não podia ver, não podia explicar.
Às vezes sem razão, mas antes tinha razão – e é onde está a charada que eu não pude resolver: “Tudo muda em perspectiva e dimensão, mas a essência não”.
 - O que você deseja? – Eu perguntei a ele – Faça um pedido, e acredite, de todo o coração, que ele se realiza.
Então certa hora da noite ele me perguntava “Será que se escolhe acreditar de todo o coração? – E ele parecia doente – Porque se não for assim, se não puder acreditar de todo o coração, não dá para buscar como se deve e tornar real, ou se esforçar para tornar real, porque não se acredita.”
E eu disse que dava, sem saber ao certo o que falava – as pessoas fazem isso o tempo todo, parecia o certo a fazer. Mas ele disse, “Isso não seria se enganar? Isso de acreditar sem ser espontâneo”, e eu fiquei meio confuso.

Se eu falasse “eu”, me sentiria fraco, frágil, vulnerável... Tolo. Mas como é “ele”, sinto compaixão, empatia, e até certa afeição paterna – A consciência sobre a inocência. – Eu o entendo... E fico me perguntando, e pergunto a ele, e ele se perguntava e perguntava a mim, e todos nós nos perguntamos “o que há de errado com os olhos dele?”

O que eu podia ver, era que não era apenas um menino que não tinha medo e não tinha coragem, era mais que isso. Era alguma coisa nos olhos dele – Sobre a verdade de tudo.


Alexandre Vieira.

quinta-feira, 16 de agosto de 2012

Cadáveres

Um pouco de paz, por favor!
Tirem esses mortos da sala.
Se eu os conheço? Talvez.
Um dia nos esbarrramos.
Eles gritavam quando chovia.
Saiam pelas ruas bebendo.
Eram bruxos da diversão.
Ouviam minha mentiras.
Cantavam as madrugadas.
Dançavam uma poesia.

Até que o sol surgia...

Então, eu percebia o quanto os amava... e eles a mim.
Mas isso já não importa. Tirem eles daqui, por favor!!



segunda-feira, 13 de agosto de 2012

Aparências

A mulher que acabara de se mudar com a família para aquele quintal cheio de casas começou a ficar intrigada com as crianças que sempre passavam por sua porta e se dirigiam até a última das casas... a casa 79-O.
Uma vez cometou com o marido, o que observara. Este, porém, estava mais preocupado com a novela do que saber o que acontecia na casa de seu vizinhos.
Algumas semanas depois seus dois filhos começaram a se enturmar com as crianças da vizinhança e um determinado dia, ela flagrou os dois descendo as escadas, na companhia de outro garoto.
Imediatamente, questionou de onde estavam vindo... e os meninos se entreolharam. Já tinham ouvido a mãe comentar que não lhe agradava o vai e vem daquelas crianças. Tentaram esconder algo, mas ela os fez abrirem as mãos. Eles tinham doces nas mãos... balas.
O outro garoto, disse: "Era no seu Zé, que a gente tava." - e foi embora rindo.
A mãe muito cautelosa fez um monte de perguntas que só confundiram os filhos. As balas, forma jogadas no lixo e os dois foram proibidos de ir à casa 79-O...
Mais tarde relatou o acontecido ao pai dos meninos, este, esparando um comercial da tv, se pronunciou apenas endossando a proibição, mas sem questionar absolutamente nada...
Alguns meses se passaram e um dia, enquanto ela lavava roupa, viu o tal "seu Zé" passar... um senhor de aparentemente 60 e poucos anos... cabelos brancos, franzino, de pele negra... subia as escadas calmamente, a sua era a útima de todas as casas do quintal.
A dona de casa começou a criar uma história em sua cabeça. Para ela um senhor que morava sozinho e sua casa era frequentada por crianças, não deveria ser boa pessoa.
Passou a ficar inquieta com a situação, mas ficava admirada com a alegria que as crianças voltavam da casa dele. O mais esquisito para ela, é que ninguém se incomodava.
A porta do "seu Zé", permanecia aberta na maioria do tempo. Mesmo quando as crianças estavam lá.
Já sabia que ele dava balas para as crianças, mas não entendia o porque ou o que faziam para merece-las.
Um dia se encheu de coragem e esperou uma garotinha entrar, rapidamente se espreitou em uma parede onde pudesse ver o que acontecia no interior da casa.
A menina estava de joelhos, e tudo que ele falava ela repetia... nesse momento os olhos da mulher se encheram de lágrimas! Um soluço convulsivo, fez com que o seu choro a denunciasse... o senhor e a garotinha foram ver quem chorava do lado de fora.
Entre lágrimas e uma espécie de vermelhidão no rosto a dona de casa gritou: "Me desculpe!! Me perdoem!!"
O senhor fez com que ela sentasse, ofereceu um copo de água e pediu para que ela se acalmasse. Ela ainda enxugando as lágrimas disse: "O senhor me perdoe... todo esse tempo morando aqui, fiz um mal juízo da sua pessoa. Proibi meus filhos de virem à sua casa, sem saber o que acontecia direito. Achava tudo estranho e quis ver com meus próprios olhos... Fiquei muito surpresa ao ver o que o senhor faz... minhas pernas tremeram... achei lindo! E só então, compreendi que elas vem aqui rezar e o senhor as recompensa com balas... mesmo que elas não saibam o senhor ensina, como estava fazendo com essa menina. Que vergonha... me desculpe."
O senhor abriu um largo sorriso e disse: "Não fique assim. Tudo é aprendizado.Talvez essa foi a maneira que Deus encontrou de a senhora vir até aqui para que também pudéssemos rezar. Aceita?"
Rezaram os 3, e no fim a dona de casa também descia aquelas escadas emocionada... e com os doces nas mãos.


(Essa história é baseada em fatos reais. Quando criança, conheci um senhor que agia assim com as crianças e a medida que se "avançava" nas orações ele ia ensinando outras... muito bacana!)

sexta-feira, 10 de agosto de 2012

O Sonhar... 2

É bom estar em sintonia... Não é Alê? rs
Bom, continuando seu post, com sua licença...


Paixão. Paixão... Isso nos faz mover-se de maneira inconsciente, inocente, isso nos faz caminhar para... Nosso sonho. E chegar.

- Por que "chegar"? Sempre chegamos?

De novo, falarei de mim. Porquê gosto? Não, porque conheço.

Qualquer um que sonhe, não chega no sonho. ESTÁ no sonho. Então, cada passo à diante, é uma conquista, cada passo dentro desse sonho, é chegar, é senti-lo.

Um sonho é diferente de uma ambição, de um capricho, de um desejo, E é diferente de uma paixão. A paixão pode estar num sonho, mas um sonho é grande demais para estar em uma paixão. Um sonho é... transcendental, sonhos, são como anjos.

Meu sonho:
Se professor de literatura, escritor renomado, e um grande comunicador. Deixar meu legado.

Ser professor poderia ser apenas uma meta, um desejo. Mas é Meu Sonho quando há em mim o desejo de transformar aqueles que estarão sob minha guarda, de poder abrir novos caminhos e possibilidades com a literatura, de poder ensinar através disso e Educar. Transformar é a palavra. Transformar uma vida, mudar um destino.

Escritor renomado, reconhecido, poderia ser apenas uma ambição. Mas é meu sonho poder falar com milhares, compartilhar minhas experiências e visões, poder fazer chegar um conselho valioso a qualquer um que o achar, sem qualquer descriminação, imagem, sem qualquer escolha. Poder abrir novas portas de visão, reafirmar os princípios, e, saber, conhecer alguém sem ter conhecido, ou visto, ou trocado qualquer palavra. Transformar uma vida, mudar um destino.

. Deixar meu legado, poderia ser mais uma ambição. Mas é meu sonho, quando digo “legado”, deixar algo de valioso. Não é como deixar coisas para atrás que me lembrem ou levem o meu nome. É deixar idéias e concepções, sonhos, histórias reais. É deixar um ensinamento perpetuo, é saber ser valioso, que não foram apenas coisas, deixar algo que possa fazer parte da vida de todos. Transformar uma vida, mudar um destino.

Cada passo para isso, é uma conquista. Não apenas conquistar, viver o sonho – todas as partes dele.

Alexandre Vieira – Hoje, Agente Educador da Escola Municipal Carlos Gomes (com orgulho e felicidade), Blogueiro, Escritor amador e Compositor amador... Amanhã... Quem sabe? Estou vivendo um sonho...


quinta-feira, 9 de agosto de 2012

Os indicados...

Como se aproxima o fim de semana... tenho dicas de três filmes...

Os dois primeiros tem haver com... comida!

"Estômago" é inteligente e divertido! Vocês vão saber o que é um "macarrão a puttanesca"... rss






O segundo, tem a linda Julia Roberts... "Comer, rezar e amar"! Baseado numa história real, tem Índia, Itália... ah, é bem... saboroso!
Só peca pela gula de estender um pouco o filme. Mas vale a pena.




O último... tem doce! Como a protagonista do filme, Dakota Fanning! - "A vida secreta das abelhas"

O trailler está sem legendas mas vocês vão ver algo sobre amizade, esperança e irmandade!
Gosto muito deste.




Divirtam-se! E voltem para contar...

quarta-feira, 8 de agosto de 2012

O Sonhar...


Gostaria que vocês penssassem quanto vale um sonho? Um carro, uma casa, uma profissão, uma viagem, uma pessoa, uma noite, um ano, um minuto... uma vida!
Todas as pessoas sonham, dormindo ou acordadas. Algumas pessoas fazem planos para o futuro, mas nem todas conseguem realizá-los. Ás vezes pelo medo de aparentar teimosia, pelas opiniões dos outros etc. Muitos desistem no primeiro obstáculo, mas há os perseverantes.
O sonho depende de algo: Paixão, tesão... vontade! Escolha a melhor palavra que se aplica à vocês.
Prefiro ficar com paixão, que remete à afeição intensa e se realmente nos apaixonarmos por nossos sonhos, com dedicação, paciência e amor conseguiremos realizá-los.
(Estranharam o amor? Ah, sem amor não se vive... é a base de tudo, creiam nisso)
É importante conseguir identificar seus sonhos, saber o que os apaixona, quais são seus anseios...
Depois planejar, traçar metas, indentificar os estímulos... e os obstáculos! É importante saber que identificá-los, se precaver etc.

O fato de estar escrevendo esse texto se trata de um sonho... um dia eu quis muito ter esse espaço e ter outros olhos que lessem à tudo que escrevo.
Parece simples não? Mas não é... é dedicação, transpiração, inspiração etc. Talvez esteja um pouco longe de ser um grande blogueiro ou escritor, mas estou no caminho e vou chegar lá!

Um sonho já realizado. Que venham os outros!

É muito bom quando alguém diz: "Eu leio seu blog!"

Sonhem sempre! Mas se não conseguirem realizar, não se frustem. O fato de chegar perto também é uma REALIDADE.

Quero agradecer à todos que passam por aqui.
Muito obrigado... de coração!





terça-feira, 7 de agosto de 2012

No útimo post, há Vida e Morte. Uma sensação de sobrevida!

Certo dia desses, soube que uma garota de 14 anos iria morrer... na verdade ela "sobreviveu", todos esses anos em uma cama de hospital. Repito: TODOS esses anos, não foram só os últimos. Ela nasceu com uma deficiência... e com o passar dos anos... o cérebro parou, e os outros  órgãos também foram deixando de viver.
Um dia questionei o verdadeiro sentido da Vida... e não encontrei. Com essa não descoberta, senti uma total apatia e somado a isso, haviam os problemas de um adolescente... a solução que me passou pela cabeça foi... suicídio!
Ah, estava tudo tão sem graça mesmo... eu respirava como milhões de pessoas e outras criaturas. "Que falta poderia fazer?" - pensei.
Então, me virei do avesso para tentar entender o que vim fazer aqui... encontrei algumas respostas que me deram fôlego, animação e emoção. Pessoas me deram chaves e portas foram abertas. Foi ótimo, mas o mais importante é o sentir-se bem... Isso é o melhor de tudo e pouco me importava os outros... eu gostava daquela história.
Só que um dia apareceu uma nova descoberta e fui atras deixando o que me fazia bem, para descobrir algo novo.
Só que tudo tem um preço... Paguei um pouco alto e nem me deram o troco.
Posso até ter feito parte de um mundo invisível, onde o que importa são as aparências, mas eu não me alienava, sabia qual era o jogo, logo, me cansei da novidade.
Sou muito transparente, não consigo fingir e isso no mundo invisível é um defeito.
Continuei tocando a vida... Sobrevivendo!
Mas existiam coisas em mim que não silenciavam, como o trato com as pessoas... e uma tal Fé, na humanidade. Não sei de onde tirei isso, mas eu poderia ver a desgraça que for... ainda acreditava no ser humano.
Não é acreditar em um criminoso, por exemplo, mas é acreditar na sua recuperação. (claro desde que exista um sistema capaz de recuperá-lo) Não seria acreditar no fim da miséria, mas acreditar que existam pessoas que são capazes de sair de suas casas para doar um alimento, ok, uma medida paleativa... mas que muita gente não faz ou nunca fez.
Enfim... a dor do outro passou a ser minha também. Talvez porque no meio disso eu tenha visto outras histórias... do tráfico de drogas, da violência, de famílias destruídas...
Famílias que não são modelos!
Vivemos numa sociedade onde os modelos são iseridos em nossas mentes.
Um exemplo: Qual o modelo de beleza que uma garota negra cria em sua cabeça ao assistir Malhação ou qualquer outra novela? De que ela tem que ter o cabelo "bom"! De  que negros estão sempre nos papéis de empregados... fato.
Qual o sentido que vida passa a ter? Consumo, status, aparência, bens materiais... poder!!
As relações sociais se perderam e tudo ficou avulso... As relações agora são de plástico, de latex!
As pessoas vivem ou sobrevivem?
E no meio de tudo... um ano começou em mim... onde me comprometi (comigo mesmo) com uma mudança!! Onde estaria contribuindo para um mundo melhor.
Veio um "estalo"... iniciei um movimento, que gerou outro movimento e um movimento em mim. Fiz uma reforma íntima e fui descobrindo que aquilo do que eu havia me afastado, não se afastou de mim. Voltou mais forte, mais interessante... e emocionante!
Posso dizer que encontrei o sentido da Vida e não é só olhar para o meu próprio umbigo.

Ah, a garota de 14 anos... apesar de ter vivido daquela forma, pode ter tido uma experiência de grande apredizado, porque tem muitas pessoas que respiram, andam. pensam... mas é como se estivem adormecidas, bloqueadas... sobrevivendo.







sexta-feira, 3 de agosto de 2012

Amargo e Afável - Parte 4/4


Então eu me lembrei de uma cena antes dessa, apenas um dia antes do inicio de tudo isso.
Havia uma caixa com desenhos que achei numa pasta enquanto arrumava as coisas para minha mudança. Ia jogar tudo fora, mas abri. Havia vários desenhos feitos quando eu tinha de 10 a 13 anos.
Não sei explicar a sensação que experimentei ao olhar um dos desenhos especificamente - o rosto de um lobo; um desenho simples. A princípio, senti-o muito simples, mas ao mesmo tempo perfeito, completo.
No mesmo instante senti o que era; Era como se faltasse algo, ao tempo que havia a ciência em mim de que qualquer traço a mais o estragaria, qualquer tentativa de fazê-lo “perfeito”, o imperfeiçoaria. - Tive a ciência no mesmo momento, e eu sabia, ele já fora perfeito para mim.
Então imaginei e pude ver a pequena mão de desenhou aqueles traços suaves, o sorriso simples e leve assim como o olhar que tinha o lobo. Tive a nítida e transparente visão de mim por aqueles traços, daquele mesmo jeito: Puro, simples, sem enfeites - Aquilo me fez imensamente bem.
Lembrei de um sorriso meu que há muito não dou, de uma inocência que perdeu espaço no mundo, de um sentimento de carinho por mim mesmo que já não existia. Senti carinho por mim, ternura e empatia por mim mesmo. Orgulho daquela criança.
Olhando aquele desenho eu pude sentir que eu ainda era aquela criança, que ela ainda existe em mim e isso me deu um gosto bom naquele momento, me fez sentir orgulhoso de ser quem eu era. Então eu decidi guardar aquele desenho para colá-lo na parede ao lado da minha cama para vê-lo toda manhã, porque eu precisava não esquece aquele menino, mas esquecer seria inevitável, então eu sabia, eu precisava lembrar todos os dias - Eu precisava lembrar todos os dia de quem eu sou.
                                                                                                            
Lembrando dessa cena, e a que veio em seguida, percebi que o que eu precisava urgentemente saber, o que era tão subjetivo a ponto minha visão mais profunda e detalhista daqueles dias não alcançarem nunca foi “Por que sobrevivemos?” ou “Qual o valor da vida?” Ou “o porquê estava vivendo”. O que eu precisava era lembra. Precisamos ser conscientes que estamos vivos. Mesmo quando não parece, estamos vivos, ainda respiramos e sobrevivemos a tudo o que tentou nos derrubar minutos atrás.

Nós sobrevivemos a todo o sofrimento que passamos, sobrevivemos às dificuldades que a vida nos impõe, sobrevivemos às frustrações, às limitações. Sobrevivemos às magoas, sobrevivemos às derrotas, sobrevivemos aos erros... Às vezes, até deixamos de caminhar, paramos, mas sobrevivemos, resistimos. E não importa o porquê!
O que me afligia e me abatia tão profundamente naqueles dias, e eu não entendia, o que era tão urgente saber é que: Aquela garota com apenas dezessete anos, com todos os seus sonhos e suas esperanças, morria e eu não conseguia lembra que vivia.  Apenas isso. Não porquê ou para quê. Precisamos antes lembrar desse simples fato: Nós sobrevivemos. Estamos vivos. Ser conscientes sobre isso.