Certo dia desses, soube que uma garota de 14 anos iria morrer... na verdade ela "sobreviveu", todos esses anos em uma cama de hospital. Repito: TODOS esses anos, não foram só os últimos. Ela nasceu com uma deficiência... e com o passar dos anos... o cérebro parou, e os outros órgãos também foram deixando de viver.
Um dia questionei o verdadeiro sentido da Vida... e não encontrei. Com essa não descoberta, senti uma total apatia e somado a isso, haviam os problemas de um adolescente... a solução que me passou pela cabeça foi... suicídio!
Ah, estava tudo tão sem graça mesmo... eu respirava como milhões de pessoas e outras criaturas. "Que falta poderia fazer?" - pensei.
Então, me virei do avesso para tentar entender o que vim fazer aqui... encontrei algumas respostas que me deram fôlego, animação e emoção. Pessoas me deram chaves e portas foram abertas. Foi ótimo, mas o mais importante é o sentir-se bem... Isso é o melhor de tudo e pouco me importava os outros... eu gostava daquela história.
Só que um dia apareceu uma nova descoberta e fui atras deixando o que me fazia bem, para descobrir algo novo.
Só que tudo tem um preço... Paguei um pouco alto e nem me deram o troco.
Posso até ter feito parte de um mundo invisível, onde o que importa são as aparências, mas eu não me alienava, sabia qual era o jogo, logo, me cansei da novidade.
Sou muito transparente, não consigo fingir e isso no mundo invisível é um defeito.
Continuei tocando a vida... Sobrevivendo!
Mas existiam coisas em mim que não silenciavam, como o trato com as pessoas... e uma tal Fé, na humanidade. Não sei de onde tirei isso, mas eu poderia ver a desgraça que for... ainda acreditava no ser humano.
Não é acreditar em um criminoso, por exemplo, mas é acreditar na sua recuperação. (claro desde que exista um sistema capaz de recuperá-lo) Não seria acreditar no fim da miséria, mas acreditar que existam pessoas que são capazes de sair de suas casas para doar um alimento, ok, uma medida paleativa... mas que muita gente não faz ou nunca fez.
Enfim... a dor do outro passou a ser minha também. Talvez porque no meio disso eu tenha visto outras histórias... do tráfico de drogas, da violência, de famílias destruídas...
Famílias que não são modelos!
Vivemos numa sociedade onde os modelos são iseridos em nossas mentes.
Um exemplo: Qual o modelo de beleza que uma garota negra cria em sua cabeça ao assistir Malhação ou qualquer outra novela? De que ela tem que ter o cabelo "bom"! De que negros estão sempre nos papéis de empregados... fato.
Qual o sentido que vida passa a ter? Consumo, status, aparência, bens materiais... poder!!
As relações sociais se perderam e tudo ficou avulso... As relações agora são de plástico, de latex!
As pessoas vivem ou sobrevivem?
E no meio de tudo... um ano começou em mim... onde me comprometi (comigo mesmo) com uma mudança!! Onde estaria contribuindo para um mundo melhor.
Veio um "estalo"... iniciei um movimento, que gerou outro movimento e um movimento em mim. Fiz uma reforma íntima e fui descobrindo que aquilo do que eu havia me afastado, não se afastou de mim. Voltou mais forte, mais interessante... e emocionante!
Posso dizer que encontrei o sentido da Vida e não é só olhar para o meu próprio umbigo.
Ah, a garota de 14 anos... apesar de ter vivido daquela forma, pode ter tido uma experiência de grande apredizado, porque tem muitas pessoas que respiram, andam. pensam... mas é como se estivem adormecidas, bloqueadas... sobrevivendo.
3 comentários:
Sempre importante encontrar sentidos para a vida, acredito em vários, acredito que cada um encontre o seu, e acredito que esse sentido que dá somos nós mesmos ^^
Verdade Rodrigo! Obrigado.
Opa, Alê.
Então, já pensei no "sobreviver" como algo ruim, sem consciência, frio, sem sabor... Já associei isso como a morte em vida. E era isso mesmo, falando de mim, a palavra certa seria "Apatia". Um ser que via, ouvia, sentia cheiro, sentia o tato, entendia e raciocinava, Mas não sentia nada - "Homem que nada teme, homem que nada Ama" -; E aquele não sente, não se move (Verdade aplicada minha mesmo; são minhas conclusões sobre o sentir) Quem não sente, mesmo que saiba, veja, entenda, não pode fazer nada, porque não sente, e não tem vontade.
Até que, você sabe, "ela". E isso me deu vida, e não foi premeditado...
(Gente, estou falando da associação à palavra, e ao sentido dela no texto, apenas)
Mas hoje, sobreviver, significa muito para mim.
Para alguns, mesmo com esforço, mesmo olhando a vida e tentando a sentir (Como os pequenos fazem me dando um sentindo), como o povo alheio a mim, é difícil sentir-se vivo, as vezes as coisas não acontecem ou demoram a acontecer, não é uma escolha sentir-se sem vida, morto, ou sentir-se com vida - tão rápido, simplesmente acontece a mudança de um para outro.
Nesse sentindo, quando não se pode "sentir-se vivo", não por escolha, é quando me lembro de sobreviver, respirar, e esperar um novo dia. Porque um dia houve esse dia em que me senti vivo de verdade, e pude deixar de buscar fazer crescer a vida alheia para que essa trasbordasse e derramasse sobre mim, para que eu pudesse senti-la e pude dar da minha própria, porque eu tinha, e tinha muita!!
Então, hoje, nisso mora alguma sabedoria. Mesmo quando tudo está perdido, eu respiro, e lembro que respiro, e por esse fato posso fazer qualquer coisa, e mesmo que não possa, sempre há esperança no manhã. Então eu sobrevivo, quando não posso viver. A diferença do sobreviver de ontem, e o de hoje, é que no de hoje há ciência, não ignorância; Eu dito meus passos, até para o "lugar nenhum" que seja que eu me sinta indo, mas no sentido e no caminho que eu quero, e não mais para o "lugar nenhum" que for empurrado.
Sei que o comentário fica meio complicado de entender, mas é como deve ser dito.
Sobreviver, sem esperança, é estar morto.
Sobreviver, tendo esperança, mesmo vaga, ou ciência, é viver, mesmo quando não se sente a vida.
Algo nisso, ainda estou fechando o raciocínio...
Abraço
Alexandre Vieira
Postar um comentário