terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

Encontre-se...

A cada dia que passa percebo que as melhores coisas da vida estão em coisas simples como estar descalço sobre uma rocha, tomar um banho de cachoeira, contemplar um por do sol, estar na companhia de amigos, viajar... e por aí vai.
É um momento em minha vida que estou conseguindo sentir uma certa plenitude. Claro que não dá para dizer que está tudo perfeito como eu gostaria que fosse, mas será que tem que estar?
O que quero dizer é que no momento estou bem com o que eu tenho. E o que eu tenho? Meus bens mais preciosos são minha família, amigos, trabalho, saúde, o lado espiritual e eu mesmo... Porque se eu não gosta de mim, como os outros vão gostar?

Vejo algumas pessoas procurando o seu bem estar em outras pessoas, isso é normal. Mas e se for um momento de estar só? Porque também existem pessoas que não conseguem viver sozinhas. E a grande verdade é que temos que ter um certo eqúlíbrio, pois, niguém vive completamente sozinho, mas colocar sua felicidade exclusivamente em um relacionamento por exemplo, pode explicar tantos crimes motivados pelo "amor", pessoas desequilibradas etc. Na teoria é tudo muito fácil, não é?
Ao fim de um relacionamento nos sentimos um pouco sem chão, claro que isso varia também.
Quero chegar no ponto que se cada vez mais buscarmos nos conhecer (o que não é fácil), talvez não fiquemos dependentes dos relacionamentos.

Outras pessoas se julgam felizes pelo Ter... Bens materiais (e porque não pessoas).
Tudo é tão efêmero. Hoje você compra um computador e passa um tempo ele já não é o top de linha e sempre será assim. Consumo. Já fui o tipo de pessoa que ao estar deprimido ia comprar. Na hora parace que preenche o vazio mas e depois? Compramos coisas que nem precisamos.
Temos que usar o dinheiro a nosso favor, claro. Não é pecado ter uma vida que nos permita ter conforto e tudo que provém de nossas conquitas é merecimento. Mas e aquelas pessoas que vivem para o trabalho? Não tem famíla ou vida social. Vivem naquela ganância frenética.

O que acontece é que vamos saindo de nós mesmos para buscar fora, seja por status, "amor", bens, carreira etc... e a Vida vai passando.
Deixamos há muito tempo de andar descalços porque podemos nos ferir, sujar ou contrair uma doença, então deixamos de sentir o chão. E quando o sentimos tem que ser algo limpinho, cheiroso, confortável. Vamos nos desligando da natureza. Porque sentir o vento passar? É tão comum... Mas aquele carro novo é maravilhoso!! Percebem?
Até o dia que não conseguirmos mais sentir o vento... aí deve doer muito e vem o arrependimento, que pouco adiantará.

São as coisas mais simples que me são raras.

Paz e luz.







quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

Caranaval em Salvador

Em meio à um calorão, fitinhas do Nosso Senhor do Bonfim e as famosas baianas vestidas à caráter, chegamos à Salvador.
Vi alguém beijar o chão ao sair do aeroporto e confesso que também tive vontade, mas me contive. - rs.

Era um desejo antigo, conhecer esse lugar... eu estava muito feliz! Confesso que não pretendia ir em um Carnaval, mas quando tudo conspira é melhor respirar e ir em frente.
A gente ouve cada coisa, muitas recomendações que acabam nos deixando tensos. Lógico que tem que se tomar cuidado, mas há um certo exagero por parte de algumas pessoas.
Imaginem vocês chegando à um lugar desconhecido e pedirem informações sobre um determinado local para um funcionário de hotel... Então, a pessoa diz que tal lugar é perigoso etc.
Não dei confiança, pois no tal local havia uma amiga nos aguardando e sabia que ela jamais iria estar em lugar assim. Realmente, não era nada daquilo que a pessoa disse.

O que me chamou atenção foi o comércio que existe em torno do abadás, por isso tem que haver precaução... cuidado para não comprar gato por lebre ou ser roubado.
Ah, uma coisa que me chateou foi a falta de respeito dos taxistas, além de cobrarem mais caro que o habitual, escolhiam quem iam levar, seja pela distância ou pela aparência. Que coisa vergonhosa!!
Essa gente que pensa que passando a perna no próximo ganha vantagem, me dá pena.

O consumo de cerveja é algo grandioso! Era uma tal de pirigueti, que fazia o maior sucesso! Explico: aquelas latinhas de cervejas menores, que podiam ser encontradas à 1 real.

Nunca me imaginei indo atrás de um trio elétrico com abadá e tudo mais... e quando vi lá estava eu, estreando em Salvador!
O erro talvez, foi sair em dois blocos... seguidos: Chiclete e Araketu! rss - mas nada mal para um iniciante, fui até o fim!
A sensação é muito boa, haja disposição! Mas tem que gostar. Nesse quesito, sem problemas.
Sabendo que no outro dia teria que estar de pé as 10 da manhã para o tal do ARRASTÃO - a maratona terminou por volta das 5 da matina... - de tanto cansaço joguei a toalha dizendo que não iria ao tal evento que nada mais é do que o encerramento do Carnaval na quarta de cinzas.
Só que quando vi todo mundo se arrumando... me animei! E iria me arrepender se não fosse... Adorei!
Ivete Sangalo comanda a festa no seu trio, e não tem abadás ou cordas é todo mundo junto!!
Foi uma das coisas que mais gostei! Carnaval é povo, rua e eu sou povão mesmo... me esbaldei em pular com Daniela, dentre outros convidados de Ivete.  Não vi confusão alguma, só um mar de gente!

Existe um projeto de Carlinhos Brown, para colocar blocos afros desfilando em outro circuito, seria uma maneira de dar outro significado à festa. Inserir a comunidade para que possam exercer o lado cultural, profissional e porque não festivo.
Existe uma parte da população que trabalha segurando as cordas que vão em volta dos trios. Ganham por bloco, em média 45 reais "os cordeiros", e 60 reais os seguranças, além de um kit com duas garrafas de água, duas barrinhas energéticas e um lanche.

Fomos ao Pelourinho, Elevador Lacerda, Mercado Modelo... e me decepecionei  com o prédio da Prefeitura, contrastava com o entorno do local. Algo moderno e chato.
Aqueles casarões antigos, aquela arquitetura rica etc. É preciso restaurar, cuidar para que o lugar não perca suas características próprias.
Algumas situações vão se tornando artificiais por conta do turismo, por exemplo as baianas se vestem daquele modo para turista ver, mas há todo um significado para o vestuário que não se levam mais em conta. Porém, isso não acontece só em Salvador, acontece em várias cidades turísticas, descaracterizando a cultura genuína do local.

O Acarajé mais famoso está no Farol da Barra,  é uma delícia!! Só que eu comi Abará que na verdade, é a mesma massa só que cozida.
Comi Caruru também, estava cheio de vontade e por um momento esqueci a alergia ao camarão mas, comi só dois... não posso abusar, rs.

Calor, sol, praia, música, festa, alegria... e conhecer gente nova é sempre bom!
Mas Salvador tem uma energia que está nos trios, nas fitinhas, no chão, na dança, no povo, nas igrejas, nos terreiros... e no Mar!

Falei para o meu amigo: "Não acredito que você vai embora sem tomar um banho de mar." - isso no nosso último dia. - E lá foi ele mergulhar, rs.
Eu já não preciso disso... preciso que me tirem de lá, rs. Gosto muito!
Quando estava lá diante dele, agradeci a Deus, as ondas, as pedras, as sereias e a mãe d`água, Iêmanjá, pela oportunidade de estar vivendo tudo aquilo.

Carnaval não precisa ser excessos, não precisa ser negatividade. Sou prova disso. Gosto da festa e como espiritualista sei que existe muita coisa ruim nesse período, mas existe o lado bom também e ele não precisa se esconder, pelo contrário tem que se fortalecer!

Participações especiais de: Itamar, Claudinha, Ygor (e sua simpática mãe), Paty, Aurea, Fernanda
dentre outros, rs.
Foi isso e muito mais! Axé.


Canto ao pescador

Jogou sua rede
Oh, pescador!
Se encantou com a beleza
Desse lindo mar
Dois de fevereiro
É dia de Iemanjá
Levo-te oferendas
Para lhe ofertar
E sem idolatria
Olodum seguirá
Como dizia Caymmi
Insigne o homem cantando a encantar
Minha jangada vai sair pro mar
Vou trabalhar meu bem querer