quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

Caranaval em Salvador

Em meio à um calorão, fitinhas do Nosso Senhor do Bonfim e as famosas baianas vestidas à caráter, chegamos à Salvador.
Vi alguém beijar o chão ao sair do aeroporto e confesso que também tive vontade, mas me contive. - rs.

Era um desejo antigo, conhecer esse lugar... eu estava muito feliz! Confesso que não pretendia ir em um Carnaval, mas quando tudo conspira é melhor respirar e ir em frente.
A gente ouve cada coisa, muitas recomendações que acabam nos deixando tensos. Lógico que tem que se tomar cuidado, mas há um certo exagero por parte de algumas pessoas.
Imaginem vocês chegando à um lugar desconhecido e pedirem informações sobre um determinado local para um funcionário de hotel... Então, a pessoa diz que tal lugar é perigoso etc.
Não dei confiança, pois no tal local havia uma amiga nos aguardando e sabia que ela jamais iria estar em lugar assim. Realmente, não era nada daquilo que a pessoa disse.

O que me chamou atenção foi o comércio que existe em torno do abadás, por isso tem que haver precaução... cuidado para não comprar gato por lebre ou ser roubado.
Ah, uma coisa que me chateou foi a falta de respeito dos taxistas, além de cobrarem mais caro que o habitual, escolhiam quem iam levar, seja pela distância ou pela aparência. Que coisa vergonhosa!!
Essa gente que pensa que passando a perna no próximo ganha vantagem, me dá pena.

O consumo de cerveja é algo grandioso! Era uma tal de pirigueti, que fazia o maior sucesso! Explico: aquelas latinhas de cervejas menores, que podiam ser encontradas à 1 real.

Nunca me imaginei indo atrás de um trio elétrico com abadá e tudo mais... e quando vi lá estava eu, estreando em Salvador!
O erro talvez, foi sair em dois blocos... seguidos: Chiclete e Araketu! rss - mas nada mal para um iniciante, fui até o fim!
A sensação é muito boa, haja disposição! Mas tem que gostar. Nesse quesito, sem problemas.
Sabendo que no outro dia teria que estar de pé as 10 da manhã para o tal do ARRASTÃO - a maratona terminou por volta das 5 da matina... - de tanto cansaço joguei a toalha dizendo que não iria ao tal evento que nada mais é do que o encerramento do Carnaval na quarta de cinzas.
Só que quando vi todo mundo se arrumando... me animei! E iria me arrepender se não fosse... Adorei!
Ivete Sangalo comanda a festa no seu trio, e não tem abadás ou cordas é todo mundo junto!!
Foi uma das coisas que mais gostei! Carnaval é povo, rua e eu sou povão mesmo... me esbaldei em pular com Daniela, dentre outros convidados de Ivete.  Não vi confusão alguma, só um mar de gente!

Existe um projeto de Carlinhos Brown, para colocar blocos afros desfilando em outro circuito, seria uma maneira de dar outro significado à festa. Inserir a comunidade para que possam exercer o lado cultural, profissional e porque não festivo.
Existe uma parte da população que trabalha segurando as cordas que vão em volta dos trios. Ganham por bloco, em média 45 reais "os cordeiros", e 60 reais os seguranças, além de um kit com duas garrafas de água, duas barrinhas energéticas e um lanche.

Fomos ao Pelourinho, Elevador Lacerda, Mercado Modelo... e me decepecionei  com o prédio da Prefeitura, contrastava com o entorno do local. Algo moderno e chato.
Aqueles casarões antigos, aquela arquitetura rica etc. É preciso restaurar, cuidar para que o lugar não perca suas características próprias.
Algumas situações vão se tornando artificiais por conta do turismo, por exemplo as baianas se vestem daquele modo para turista ver, mas há todo um significado para o vestuário que não se levam mais em conta. Porém, isso não acontece só em Salvador, acontece em várias cidades turísticas, descaracterizando a cultura genuína do local.

O Acarajé mais famoso está no Farol da Barra,  é uma delícia!! Só que eu comi Abará que na verdade, é a mesma massa só que cozida.
Comi Caruru também, estava cheio de vontade e por um momento esqueci a alergia ao camarão mas, comi só dois... não posso abusar, rs.

Calor, sol, praia, música, festa, alegria... e conhecer gente nova é sempre bom!
Mas Salvador tem uma energia que está nos trios, nas fitinhas, no chão, na dança, no povo, nas igrejas, nos terreiros... e no Mar!

Falei para o meu amigo: "Não acredito que você vai embora sem tomar um banho de mar." - isso no nosso último dia. - E lá foi ele mergulhar, rs.
Eu já não preciso disso... preciso que me tirem de lá, rs. Gosto muito!
Quando estava lá diante dele, agradeci a Deus, as ondas, as pedras, as sereias e a mãe d`água, Iêmanjá, pela oportunidade de estar vivendo tudo aquilo.

Carnaval não precisa ser excessos, não precisa ser negatividade. Sou prova disso. Gosto da festa e como espiritualista sei que existe muita coisa ruim nesse período, mas existe o lado bom também e ele não precisa se esconder, pelo contrário tem que se fortalecer!

Participações especiais de: Itamar, Claudinha, Ygor (e sua simpática mãe), Paty, Aurea, Fernanda
dentre outros, rs.
Foi isso e muito mais! Axé.


Canto ao pescador

Jogou sua rede
Oh, pescador!
Se encantou com a beleza
Desse lindo mar
Dois de fevereiro
É dia de Iemanjá
Levo-te oferendas
Para lhe ofertar
E sem idolatria
Olodum seguirá
Como dizia Caymmi
Insigne o homem cantando a encantar
Minha jangada vai sair pro mar
Vou trabalhar meu bem querer









3 comentários:

Ygor disse...

Sacanagem me fazer chorar novamente..

Anônimo disse...

Que bom que vc gostou! Vc merece essa energia boa q só a Bahia tem! Te amo irmão querido!!! Tô feliz por vc! Bjs! Nane.

Claudia disse...

Alê, adorei o texto e agora sei pq tanta investigação...kkkk... além de tudo isso, adorei te reencontrar, e quantas emoções..rs, que venha o próximo, 2014 estaremos lá de novo com muito mais histórias pra contar e muitos motivos "de comemoração"...kkkkkkkkkkkkkkkk
Bjoooo