Pensando nisso, estou criando dentro do blog o "Projeto Cartas", onde estarei as publicando à determinadas pessoas.
É também uma forma de presenteá-las/homenageá-las... ou não. Pois, nem todas as pessoas saberão da existência delas.
É algo íntimo, onde tentarei transportar através das palavras vivências com essas pessoas comuns ou especiais.
Vamos à primeira:
"Carta para uma professora"
Foi na terceira série que eu entrava em uma nova escola. Por motivos particulares fiquei um determinado tempo sem estudar. Então, tudo estava um tanto diferente, uma sensação de frio na barriga.
Logo descobri que tinha quatro professoras. "Que legal!" - pensei. Pelo menos não iria enjoar tão fácil de uma delas.
Português, Matemática, Estudos Sociais, Ciencias e... Educação Artística! Era essa a grade.
E no meio dessa novidade, aconteceu uma greve... só uma das professoras ficou: a Claudia, de Educação Artística/Estudos Socias.
Como descreve-la? Uma mulher bonita, balzaquiana, não era magra nem acima do peso, os cabelos eram castanhos claro, lisos e iam até a metade das costas.
O que mais me chamava atenção era o jeito dela, um certo charme... e aqui já entrego que fui apaixonado por ela!! (rss)
Por alguns anos minha professora foi minha musa inspiradora. Típica paixão platônica de aluno-professor.
O mais interessante é que se hoje estou começando a "brincar" de escritor, devo muito disso à ela que me incentivou.
Quando tínhamos que fazer uma redação, ela chamava aquilo de "Produção de Texto" - fica diferente, não é? Ok, é a mesma coisa mais sai da mesmice de "Redação".
Anteriormente, eu ficava com preguiça quando tínhamos que fazer uma redação. Já conseguia ouvir as mesmas histórias sendo contadas por bocas diferentes. Mas quando ouvia/lia "Produção de Texto" aquilo me tirava um pouco do chão. Sentia que tinha que transpor da mesmice, mas o que me fazia voar era o incentivo da minha professora. Ela realmente lia nossos textos, comentava, corrigia etc. Guardava algumas vezes para si as melhores e sempre, sempre elogiava.
Uma vez ela me deu um livro, onde haviam figuras... acontecia uma história, mas não era contada. Haviam balões vazios para as personagens, ou seja, era para se criar uma história com suas próprias palavras.
Essa professora, nos ensinou que quando pintávamos uma árvore ela não necessariamente deveria ser marrom e verde, por exemplo. Poderia ser de qualquer cor! Porque isso era imaginação e estávamos ali para aprender... imaginar!
Posso ainda estar engatinhando nos caminhos da escrita, mas é importante lembrar onde tudo começou. O tamanho do papel de um professor, que pode estimular/descobrir talentos. Claro que também há o contrário.
Espero que todas as pessoas que lidem com crianças e adolescentes, sejam semeadores de SONHOS!
E que um dia eles se tornem -se realidade.
Obrigado à professora Claudia e todos os outros mestres que tive... e tenho! rs
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