Foram só coisas soltas – soltas e
complicadas, e conectadas de alguma forma que eu sentia, mas não podia ver, não
podia explicar.
Às vezes sem razão, mas antes
tinha razão – e é onde está a charada que eu não pude resolver: “Tudo muda em
perspectiva e dimensão, mas a essência não”.
- O que você deseja? – Eu perguntei a ele –
Faça um pedido, e acredite, de todo o coração, que ele se realiza.
Então certa hora da noite ele me
perguntava “Será que se escolhe acreditar de todo o coração? – E ele parecia
doente – Porque se não for assim, se não puder acreditar de todo o coração, não
dá para buscar como se deve e tornar real, ou se esforçar para tornar real,
porque não se acredita.”
E eu disse que dava, sem saber ao
certo o que falava – as pessoas fazem isso o tempo todo, parecia o certo a
fazer. Mas ele disse, “Isso não seria se enganar? Isso de acreditar sem ser
espontâneo”, e eu fiquei meio confuso.
Se eu falasse “eu”, me sentiria
fraco, frágil, vulnerável... Tolo. Mas como é “ele”, sinto compaixão, empatia,
e até certa afeição paterna – A consciência sobre a inocência. – Eu o
entendo... E fico me perguntando, e pergunto a ele, e ele se perguntava e
perguntava a mim, e todos nós nos perguntamos “o que há de errado com os olhos
dele?”
O que eu podia ver, era que não
era apenas um menino que não tinha medo e não tinha coragem, era mais que isso.
Era alguma coisa nos olhos dele – Sobre a verdade de tudo.
Alexandre Vieira.
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