quarta-feira, 17 de julho de 2013

Vento

Diante da janela do seu quarto, ele observa o movimento na rua. Não está atento à moça que passeia com seu cão, mas admira a cena onde meninos brincam de bola, é o que o faz sorrir. Por alguns segundos, lembra-se do garoto que foi um dia. Mas isso é muito rápido e num instante está rodeado de fantasmas.
Procura resgatar algo que já não mais existe.As lembraças fazem tudo parecer real novamente. Consigue tocá-las... até um suave perfume parece ter invadido o ambiente.
O peito aperta, a mente não aceita... questiona. Os olhos vacilam.
Quantos sentimentos bons, resurgem quando começa a recordar de tudo que viveu com aquela pessoa. Foram muito felizes. Mas... terminou.
Poderia ser eterno? Não poderia, não pôde.
Pouco adianta procurar respostas agora. Talvez nem haja uma. Talvez tenha sido como teve que ser. Bons momentos.

Em posse de fotografias vai rasgando uma a uma e deixando que o vento as leve para bem longe. Que este mesmo vento se encarregue de apagar tudo, inclusive a falta... que dói na alma.
Tudo será uma questão de tempo e logo ele estará inteiro, pronto para uma nova história. Ainda assim, uma fotografia não rasgou. Pois, por mais que viva anos e outros amores esse sempre será especial, único...

Adeus.

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