quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Receitas

Sobre o Sentir... isso que não é nada fácil, como escrever num no papel, como se fosse uma receita de bolo.
Então, se do outro lado não houver uma boa compreensão, a iguaria pode queimar, transbordar ou nem cozinhar.
É preciso ficar atento, ao fogo, à quantidade de água, ao ingredientes... mas tem uma coisa que não dá para controlar. A MÁGICA do processo em si, porque tudo pode ser feito corretamente, mas em um determinado momento são as reações químicas que se fundem à coisas como vontade, sentimentos etc...

Puxa, preciso terminar... acho que temperei muito aquele DOCE... enfim.

terça-feira, 23 de outubro de 2012

Minduim...

Charles foi reprovado em todas as matérias na oitava série.
No segundo grau, foi reprovado em física com a nota mais baixa da história da escola. Também foi reprovado em latim, álgebra e inglês. O desempenho nos esportes foi insuficiente. Parecia que ninguém se importava com ele. Surpreendia-se quando alguém passava e dizia olá. Ele, os professores e os colegas sabiam que era um fracassado, segundo todos os padrões convencionais. Resignou-se ao mais baixo nível de mediocridade, ou pior.
Porém, contrariando todas as expectativas, no fundo ele acreditava possuir uma centelha natural de genialidade ou talento: desenhar. Orgulhava-se de seus esboços, mesmo sabendo que ninguém lhes dava importância. No segundo ano do ensino médio, enviou uma série de histórias em quadrinhos para o livro anual da escola. Foram rejeitados. Após o segundo grau, completou um curso por correspondência em arte - sua única formação na área. Depois enviou uma carta ao Walt Disney Studios, na esperança de trabalhar como cartunista. Solicitaram os desenhos, e ele trabalhou horas antes de enviá-los à empresa. A resposta recebida dos estúdios: uma carta padrão negativa.
Mas Charles sentia que possuía um talento peculiar e valioso, mesmo que só para si. Assim, reagiu à rejeição de Walt Disney, desenhando sua autobiografia em quadrinhos, um fracassado crônico, um garoto cuja pipa nunca subia, mas alguém que o mundo todo viria a conhecer: Charlie Brown. Charles, mais conhecido como Charles Schultz e seus quadrinhos "Peanuts", lançados em 1948, tornaram-se um dos desenhos mais famosos da história, chegando hoje a aparecer em 2.600 jornais, em 21 idiomas.
Ao longo dos anos, Charles ganhou cerca de US$ 55 milhões. Cada um dos personagens dos "Peanuts" transformou-se em nomes familiares para cerca de 350 milhões de leitores distribuídos em 75 países. Um vasto potencial humano é desprezado ou se perde porque não entendemos a verdade que Schultz percebeu: ele tinha um potencial único. Mesmo quando ninguém parecia valorizar ou até mesmo admirar seu talento, Schultz adquiriu coragem para desenvolvê-lo com qualidade marcante. Contra todas as expectativas, defendeu esse ponto forte e, no final, emocionou o mundo.
Pergunto-me: o que você traz em seu íntimo neste exato momento? Você tem idéias e sonhos, todos temos. Escondida em seu coração, presa firme aos primeiros obstáculos, está a classe que você devia liderar ou a pré-escola que anseia iniciar. Trancado lá no íntimo está o livro que hesita em fazer, por temer que ele não seja lido. Essa riqueza guardada em seu íntimo não pode ser herdada pelo cemitério. Você privará esta geração dos sonhos que você tem? Você destituirá esta geração e a próxima levando o tesouro que Deus lhe deu para o cemitério? Morra vazio!
Até morrer, em fevereiro do ano de 2000, Charles Schultz desenhou os mesmos quadrinhos "Peanuts" durante mais de 41 anos. Ele não enriqueceu o cemitério privando as pessoas da alegria e prazer de ler suas tiras. São muitos que morrem ricos, com sonhos agarrados firmemente ao seu coração silenciado. São muitos os que descem à sepultura com seu potencial preso lá no íntimo. Se pudéssemos aproveitar o poder não usado de uma sepultura, poderíamos mudar o mundo! Mas é claro que não podemos, porque aproveitamos somente o potencial dos vivos. Contanto que haja fôlego em nossos pulmões, o potencial não usado continua dentro de nós, esperando para ser liberado.
A razão por que ainda estamos vivos é que trazemos algo dentro de nós de que esta geração precisa. Meu lema é "morrer vazio". Não pretendo dar outra coisa ao cemitério que não seja a carcaça vazia de uma vida bem vivida. Gostaria que meu epitáfio fosse: "Vazio!" Nada restou. Sem graça.
Por:
Daniel C. Luz 

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

10 dicas úteis:


1. Reconheça que existe um poder superior no universo, maior do que a pequena existência humana
Plenitude
Você se torna mais humilde
2. Aproveite as oportunidades de colocar mais amor no mundo
Plenitude
Você se torna mais adorável
3. Reserve alguns minutos do dia para refletir ou contemplar algo belo
Plenitude
Você se torna mais forte
4. Seja mais receptiva
Plenitude
Você se torna mais graciosa
5. Perdoe alguém que você não perdoaria
Plenitude
Você se torna mais generosa
6. Reconheça seus erros
Plenitude
Você se torna mais responsável
7. Tente enxergar o lado bom dos outros
Plenitude
Você se torna mais positiva
8. Reflita sobre o seu modo de pensar e de agir
Plenitude
Você se torna mais centrada
9. Abençoe o mundo
Plenitude
Você se torna uma bênção
10. Dê o melhor de si em cada relação
Plenitude
Você se torna mais amorosa e próxima de Deus
Deepak Chopra

terça-feira, 16 de outubro de 2012

Recomeçar...


Não importa onde você parou...

Em que momento da vida você cansou...

O que importa é que sempre é possível recomeçar.
Recomeçar é dar uma nova chance a si mesmo...
É renovar as esperanças na vida e, o mais importante...
Acreditar em você de novo.
Sofreu muito neste período? Foi aprendizado...
Chorou muito? Foi limpeza da alma...
Ficou com raiva das pessoas?Foi para perdoá-las um dia...
Sentiu-se só diversas vezes?É porque fechaste a porta até para os anjos...
Acreditou que tudo estava perdido?Era o início da tua melhora...
Onde você quer chegar? Ir alto?Sonhe alto...
Queira o melhor do melhor...
Se pensarmos pequeno... Coisas pequenas teremos...
Mas se desejarmos fortemente o melhor e, principalmente, lutarmos pelo melhor...
O melhor vai se instalar em nossa vida.
Porque sou do tamanho daquilo que vejo, e não do tamanho da minha altura.
(Carlos Drummond de Andrade)

domingo, 14 de outubro de 2012

Tomara

Tomara
Que você volte depressa
Que você não se despeça
Nunca mais do meu carinho
E chore, se arrependa
E pense muito
Que é melhor se sofrer junto
Que viver feliz sozinho

Tomara
Que a tristeza te convença
Que a saudade não compensa
E que a ausência não dá paz
E o verdadeiro amor de quem se ama
Tece a mesma antiga trama
Que não se desfaz

E a coisa mais divina
Que há no mundo
É viver cada segundo
Como nunca mais...
Vinícius de Moraes

sexta-feira, 5 de outubro de 2012

Libertação!

Por esses dias me peguei pensado nas relações... não, não vou dar mais uma receita de como ter boas relações... trataremos de como rompe-las! É sério... rss
Mas não é aquele "Como terminar um relacionamento - vol 18". Estou tratando de como quebrar determinadas ligações que de alguma forma, podem "atrasar" as vidas das pessoas e muita gente não sabe disso.
Um exemplo: Uma garota gosta de um rapaz que é comprometido ou o rapaz não tem interesse pela mesma. Quantas vezes num determinado período de tempo, essa garota pensa nesse rapaz? Quantas vezes ao dormir, ficou imaginado o quanto seria bom se o "querido" em questão, terminasse com "a rival" ou que ele apenas se apaixonasse por ela? E nisso a pessoa não se dá conta, mas vão semanas, meses e até anos.
Sei de casos, onde pessoa já construiu toda uma nova história, mas ainda assim... pensa e nutre esperanças naquele antigo amor.
Percebem que isso é como se criasse um elo invisível entre as pessoas?
Criamos pensamentos, lembranças, desejos etc. E sem perceber a vida vai passando e vamos nos prendendo ao passado e até ao que não se passou... E o que é mais interessante, acreditem ou não é que podemos também estar prendendo o outro sem ele que ele saiba.
Esse "prender", entendam como atrasar a vida alheia. Pois, a pessoa que está sendo "presa" em vibrações/pesamentos, pode não conseguir progredir; pode até se relacionar com outras pessoas, mas não consegue um relacionamentos estável; pode ter doenças como depressão; pode ter suas fraquezas ainda mais acentuadas, entre outras coisas.
Aí, os mais "apaixonados", pensaram que é uma vantagem, não é? Pergunto: Mas que Amor é esse, onde há uma satisfação em saber que o afeto em questão, pode estar sendo prejudicado?
Tudo por conta do nosso egoísmo, falta de amor próprio e resignação.
É bem isso... é difícil aceitar que a tal história não deu certo ou não se concretizará. O Amor verdadeiro não pode ser egoísta, o Amor liberta. E como podemos amar ao outro se nos falta o amor próprio?
Isso não vale só para relações amorosas, vale para família e amigos também.
Aquelas histórias de irmãos, pais, filhos... relações que por algum motivo não "funcionam".
Amigos que por algum motivo, se magoaram, brigaram etc... Para quê ficar remoendo tudo isso? Ficar desejando mal, ficar com ressentimentos... e a vida passando, percebem?
Não pensem que isso não tem fundamento.
Esse que vos escreve, começou a perceber essas situações no início do ano. Fui atrás de certas pessoas para me libertarem e vice-versa.
Claro, que nem todas dá para ter uma conversa, seja por questões de distâncias, pessoais etc. Então, as libertei em pensamento, preces/vibrações.
Pode parecer algo estranho, mas vocês não tem ideia de como foi bom... de como me deixou mais leve. Até um pai que nunca tive, achei importante colocar nos meus pensamentos e dizer para o universo que a partir daquele dia ele estaria livre! Livre das minhas inquietações que tive durante toda minha vida à seu respeito.
O importante é que possamos nos LIBERTAR dessas ligações!
Não estou querendo dizer para tirar as pessoas das nossas vidas e sim para remover o que incomoda, o que não dá mais certo dentro de cada um de nós.
Ponhamos o esquecimento, o perdão, a alegria de um dia ter conhecido uma pessoa tão especial... Exercitemos nossa capacidade de transformar algo ruim em algo bom, aprendizado.
Querem algo pratico?
Que tal irmos conversar com a(s) pessoa(s), que achamos ter algo pendente?

Não é possível? Façamos algo simbólico:
Antes de dormir, escrevam em um papel o(s) nome(s) da(s) pessoa(s) em questão.
Pegue um copo de água, um pedaço de papel e escreva o(s) nome(s).
Mentalize que você quer romper esse(s) elo(s), pois não lhes fazem bem. Fale com vontade e determinação: "Fulano, a partir de hoje eu decreto, do fundo do meu coração e da minha alma que estas liberto!" Se quiser pode acrescentar algo, como um pedido de perdão.
Deixe o copo com água em cima do papel. Pela manhã queime-o e jogue a água fora.

Podem acreditar, funciona... Libertem-se!

quinta-feira, 4 de outubro de 2012

Imagens



Membro da tripulação junto ao balão de ar quente no festival aéreo internacional de balões, durante o feriado judaico de Sucot, no parque Timna, em Israel.


quarta-feira, 3 de outubro de 2012

Grande Edgar


Já deve ter acontecido com você.

- Não está se lembrando de mim?

Você não está se lembrando dele. Procura, freneticamente, em todas as fichas armazenadas na memória o rosto dele e o nome correspondente, e não encontra. E não há tempo para procurar no arquivo desativado. Ele está ali, na sua frente, sorrindo, os olhos iluminados, antecipando a sua resposta. Lembra ou não lembra?

Neste ponto, você tem uma escolha. Há três caminhos a seguir.

Um, o curto, grosso e sincero.

- Não.

Você não está se lembrando dele e não tem por que esconder isso. O “Não” seco pode até insinuar uma reprimenda à pergunta. Não se faz uma pergunta assim, potencialmente embaraçosa, a ninguém, meu caro. Pelo menos não entre pessoas educadas. Você devia ter vergonha. Não me lembro de você e mesmo que lembrasse não diria. Passe bem.

Outro caminho, menos honesto mas igualmente razoável, é o da dissimulação.

- Não me diga. Você é o... o...

“Não me diga”, no caso, quer dizer “Me diga, me diga”. Você conta com a piedade dele e sabe que cedo ou tarde ele se identificará, para acabar com a sua agonia. Ou você pode dizer algo como:

- Desculpe deve ser a velhice, mas...

Este também é um apelo à piedade. Significa “Não torture um pobre desmemoriado, diga logo quem você é!” É uma maneira simpática de dizer que você não tem a menor idéia de quem ele é, mas que isso não se deve à insignificância dele e sim a uma deficiência de neurônios sua.

E há o terceiro caminho. O menos racional e recomendável. O que leva à tragédia e à ruína. E o que, naturalmente, você escolhe.

- Claro que estou me lembrando de você!

Você não quer magoá-lo, é isso. Há provas estatísticas que o desejo de não magoar os outros está na origem da maioria dos desastres sociais, mas você não quer que ele pense que passou pela sua vida sem deixar um vestígio sequer. E, mesmo, depois de dizer a frase não há como recuar. Você pulou no abismo. Seja o que Deus quiser. Você ainda arremata:

- Há quanto tempo!

Agora tudo dependerá da reação dele. Se for um calhorda, ele o desafiará.

- Então me diga quem eu sou.

Neste caso você não tem outra saída senão simular um ataque cardíaco e esperar, falsamente desacordado, que a ambulância venha salvá-lo. Mas ele pode ser misericordioso e dizer apenas:

- Pois é.

Ou:

- Bota tempo nisso.

Você ganhou tempo para pesquisar melhor a memória. Quem é esse cara, meu Deus? Enquanto resgata caixotes com fichas antigas do meio da poeira e das teias de aranha do fundo do cérebro, o mantém à distância com frases neutras como “jabs” verbais.

- Como cê tem passado?

- Bem, bem.

- Parece mentira.

- Puxa.

(Um colega da escola. Do serviço militar. Será um parente? Quem é esse cara, meu Deus?)

Ele está falando:

- Pensei que você não fosse me reconhecer...

- O que é isso?!

- Não, porque a gente às vezes se decepciona com as pessoas.

- E eu ia esquecer você? Logo você?

- As pessoas mudam. Sei lá.

- Que idéia!

(É o Ademar! Não, o Ademar já morreu. Você foi ao enterro dele. O... o... como era o nome dele? Tinha uma perna mecânica. Rezende! Mas como saber se ele tem uma perna mecânica? Você pode chutá-lo, amigavelmente. E se chutar a perna boa? Chuta as duas. “Que bom encontrar você!” e paf, chuta uma perna. “Que saudade!” e paf, chuta a outra. Quem é esse cara?)

- É incrível como a gente perde contato.

- É mesmo.

Uma tentativa. É um lance arriscado, mas nesses momentos deve-se ser audacioso.

- Cê tem visto alguém da velha turma?

- Só o Pontes.

- Velho Pontes!

(Pontes. Você conhece algum Pontes? Pelo menos agora tem um nome com o qual trabalhar. Uma segunda ficha para localizar no sótão. Pontes, Pontes...)

- Lembra do Croarê?

- Claro!

- Esse eu também encontro, às vezes, no tiro ao alvo.

- Velho Croarê!

(Croarê. Tiro ao alvo. Você não conhece nenhum Croarê e nunca fez tiro ao alvo. É inútil. As pistas não estão ajudando. Você decide esquecer toda a cautela e partir para um lance decisivo. Um lance de desespero. O último, antes de apelar para o enfarte.)

- Rezende...

- Quem?

Não é ele. Pelo menos isso está esclarecido.

- Não tinha um Rezende na turma?

- Não me lembro.

- Devo estar confundindo.

Silêncio. Você sente que está prestes a ser desmascarado.

- Sabe que a Ritinha casou?

- Não!

- Casou.

- Com quem?

- Acho que você não conheceu. O Bituca.

Você abandonou todos os escrúpulos. Ao diabo com a cautela. Já que o vexame é inevitável, que ele seja total, arrasador. Você está tomado por uma espécie de euforia terminal. De delírio do abismo. Como que não conhece o Bituca?

- Claro que conheci! Velho Bituca...

- Pois casaram...

É a sua chance. É a saída. Você passa ao ataque.

- E não me avisaram nada?!

- Bem...

- Não. Espera um pouquinho. Todas essas coisas acontecendo, a Ritinha casando com o Bituca, o Croarê dando tiro, e ninguém me avisa nada?!

- É que a gente perdeu contato e...

- Mas o meu nome está na lista, meu querido. Era só dar um telefonema. Mandar um convite.

- É...

- E você ainda achava que eu não ia reconhecer você. Vocês é que esqueceram de mim!

- Desculpe, Edgar. É que...

- Não desculpo não. Você tem razão. As pessoas mudam...

(Edgar. Ele chamou você de Edgar. Você não se chama Edgar. Ele confundiu você com outro. Ele também não tem a mínima idéia de quem você é. O melhor é acabar logo com isso. Aproveitar que ele está na defensiva. Olhar o relógio e fazer cara de “Já?!”)

- Tenho que ir. Olha, foi bom ver você, viu?

- Certo, Edgar. E desculpe, hein?

- O que é isso? Precisamos nos ver mais seguido.

- Isso.

- Reunir a velha turma.

- Certo.

- E olha, quando falar com a Ritinha e o Mutuca...

- Bituca.

- E o Bituca, diz que eu mandei um beijo. Tchau, hein?

- Tchau, Edgar!

Ao se afastar, você ainda ouve, satisfeito, ele dizer “Grande Edgar”. Mas jura que é a última vez que fará isso. Na próxima vez que alguém lhe perguntar “Você está me reconhecendo?” não dirá nem não. Sairá correndo.


(Luis Fernando Verissímo)