Quando caiu a tarde, por instinto foi fazer uma das coisas que mais gosta: tomar sorvete. Ficou ali sentando, observando o movimento da rua... brincando com a calda de frutas que insistia em lambuzar-lhe os dedos. Riu como criança que se delicia com uma sobremesa. Era como se nunca houvesse provado aquele sabor...
Mas na verdade, todo aquele misto de prazer estava ligado a lembranças... de um mulher que o levava todos sábados, no finais de tarde à uma praça. Comprava sorvetes para que ambos saboreassem e ficassem ali, apreciando o movimento, conversando e vendo o tempo passar.
Aquilo se tornou um ritual e por mais simples que fosse, era divertido! Servia para que se conhecessem melhor, que falassem da vida, comentassem banalidades...
Quantas vezes riram de alguma situação que presenciaram? Quantas conversas "sem pé nem cabeça", foram ditas para exercitarem a imaginação? Quantas coisas...
Depois de alguns anos, ele quem passou a levar a senhora para passear, comprava sorvete de vários sabores... Porém, as coisas haviam mudado ela já não tinha tanta disposição e passou a esquecer das coisas... a idade passou a fazer limitações.
Mesmo assim, quando ela sabia que ia ter o "passeio do sorvete", se arrumava, colocava um sorriso no rosto e quando via o rapaz chegando para buscá-la, os olhos iluminavam-se!
E é com olhos iluminados que ele fica toda vez que toma sorvete, porque se lembra de sua mãe que já pode mais estar com ele, pois, está numa outra VIDA.
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