Óbvio que não ia dar certo... Quando a vida pode oferecer um pouco mais, você insiste em ficar com as migalhas. Não importa se pudesse ver o mundo. O medo te atracaria, num vilarejo para que pudesse só tomar as tardes de sol numa varanda para se sentir rei.
Para que ir além? Se tens medo de voar. Até aqueles velhos demônios que insistem em atrapalhar seu caminho, tens medo de gritar para que saiam da frente.
Precisa de toda essa "segurança", faz parte do seu ser essa apatia. Mas nem sempre foi assim. Quando criança, imaginava castelos, bosques, rios e mundos diversos, os quais exploraria com toda sua alma e coração.
Até que cresceu, e passou a andar pelos cantos como se fosse um vampiro com medo de ser descoberto.
E mesmo que alguém lhe mostrasse uma vela, dizendo que a luz não pode queimar... você preferia um fósforo, por precaução. A ousadia nunca andou ao seu lado, nem nas roupas!
A coragem... ? Essa se esvai todas as manhãs ao lavar o rosto, junto com a água que insiste em acorda-lhe para novas possibilidades.
Seu espírito não é daqui, é do século passado. E não é o de um herói, monarca ou ladrão. É de um triste moribundo que só ia à igreja rezar e pedir perdão. E o padre abençoava, mas pensava consigo: "Perdoai, ó pai... por ele ter nascido!"
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